Mevasseret Israel

A Cevada e a Contagem do Omer - Tempo de Expectativa por Algo Maior!

O Calendário Biblico e as Santas Convocações, envolvem o calendário agrícola da terra de Israel.

שעורה אביבSeorá Aviv

O período em que estamos, entre a Festa de Pessach (Páscoa) e a Festa de Shavuot (Semanas/Pentecoste) é o período da colheita da cevada (שעורה – seorá).

Em Exodo lemos que na época das pragas do Egito, a cevada já estava na espiga, ou seja, estava pronta para ser colhida.

Exodo 9.31

 E o linho e a cevada foram feridos, porque a cevada já estava na espiga, e o linho estava enrolado.

O termo em hebraico para “na espiga” é aviv, o mesmo termo usado para se referir a estação da Primavera e ao primeiro mês do ano:

Deuteronômio 16.1

Observa o mês de Aviv, e celebra o Pessach a Adonai, teu Deus; pois no mês de Aviv, Adonai teu Deus te tirou do Egito, à noite.

O Segredo da Cevada

Sabemos que a cevada é um grão menos valorizado que o trigo. O pão de cevada tem menos gluten e não cresce tanto como o de trigo. A cevada era e ainda é fornecida como alimento aos animais:

1 Reis 4.28

Também traziam cevada e palha para os cavalos e dromedários, para o local onde os oficiais estavam, cada homem segundo a sua incumbência.

O pão de cevada é considerado o “pão da pobreza”, no entanto, na Biblia, vemos que Deus se utiliza varias vezes do pão de cevada, para executar proezas.

Gidon (Gideão) é representado como “o pão de cevada” que foi escolhido por Deus para derrotar os Midianitas.

Juizes 7.13-15

E quando Gideão chegou, eis que havia um homem que contava um sonho ao seu companheiro, e disse: Eis que tive um sonho, e eis que um bolo de pão de cevada rolava ao encontro do exército de Midiã, e veio sobre uma tenda, e a feriu a ponto de cair, e a pôs de cabeça para baixo, até que a tenda ficou estendida. E o seu companheiro respondeu e disse: Isto não é nada além da espada de Gideão, o filho de Joás, um homem de Israel; pois em sua mão Deus entregou Midiã, e todo o exército. E assim foi que, quando Gideão ouviu o relato do sonho, e a sua interpretação, adorou e retornou para o exército de Israel, e disse: Levantai-vos; pois Adonai entregou na vossa mão o exército de Midiã.

No capítulo anterior de Juizes, vemos que Gidon era por ele mesmo considerado o pão da pobreza e isso lhe causava temor e insegurança, mas era exatamente este pão de cevada que Deus queria usar:

Juizes 6.15

E ele lhe disse: Ó meu Senhor, com que salvarei Israel? Eis que a minha família é pobre em Menashe (Manassés), e eu sou o menor na casa do meu pai. E Adonai lhe disse: Certamente estarei contigo, e tu ferirás os midianitas como a um homem.

Na época de Elisha (Eliseu) vemos novamente a menção do pão de cevada, num episódio tremendo:

2 Reis 4.42-44

E veio ali um homem de Baal-Shalisha, e trouxe ao homem de Deus pão das primícias, vinte pães de cevada, e espigas cheias de milho no seu alforje. E ele disse: Dá ao povo para que possa comer. E o seu servo disse: Como deverei eu pôr isto diante de uma centena de homens? Ele disse novamente: Dá ao povo, para que possa comer; porque assim diz Adonai: Eles comerão, e deixarão sobra. Assim, os pôs diante deles, e comeram, e deixaram sobra, segundo a palavra de Adonai.

Essa é a primeira multiplicação de pães que aparece na Biblia e Deus deixa claro que foi através dos pães das primícias da cevada!

O episódio se repete nos tempos de Yeshua, quando os pães de cevada não apenas alimentam uma centena, mas cinco mil homens:

João 6.9-13

Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois pequenos peixes; mas o que é isso para tantos? E disse Yeshua: Fazei os homens se assentarem. E havia muita grama naquele lugar. Assim os homens se sentaram, em número de aproximadamente cinco mil. E Yeshua tomou os pães, e havendo dado graças, ele distribuiu para os discípulos, e os discípulos, para os que estavam assentados; e do mesmo modo os peixes, quanto eles queriam. E, quando estavam saciados, ele disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. Recolheram, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.

A estação em que estamos vivendo, a estação da cevada, nos revela o quanto Deus pode usar aqueles que para o mundo não representam muito, mas são instrumentos poderosos nas mãos de Deus para vencer batalhas e também para alimentar multidões!

1 Corintios 1.26-29

Porque vedes o vosso chamado, irmãos, que não são muitos os homens sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados; mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as coisas que são poderosas; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as coisas que são desprezíveis, sim, as coisas que nada são, para aniquilar a nada as coisas que são; para que nenhuma carne se glorie em sua presença.

עומר ראשית  – Omer Reshit

A primeira menção da palavra omer no Tanach (Primeiro Testamento) está em Exodo 16.16 quando Deus enviou o maná no deserto:

Isto é o que Adonai vos ordenou: Ajuntai dele cada homem segundo o seu comer, um ômer para cada homem, de acordo com o número de vossas pessoas; tomai cada homem para aqueles que estão nas suas tendas.

Em Levítico 23.10 logo após lermos sobre a Festa de Pessach, o termo omer aparece novamente:

Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: quando entrardes na terra que eu vos hei de dar, e colherdes a sua ceifa; então trareis um molho das primícias (et omer reshit) da vossa ceifa ao sacerdote;

O omer se trata de um feixe, ou de uma medida seca, de grãos, de aproximadamente de 2 litros.

Levitico 23.11

e ele moverá o molho (omer) perante Adonai, para que sejais aceitos; no dia seguinte após o shabat o sacerdote o moverá.

De acordo com Levitico 23.10 e 11, Adonai nos comandava a entregar uma medida de grãos, da primícia da colheita ao sacerdote no Templo. Esta oferta de primícia era provavelmente de cevada, como lemos em Exodo capitulo 9. A cevada deveria ser movida pelo sacerdote no dia seguinte ao shabat da Festa de Pessach. A comunidade de Israel entende que esta data é 16 de Aviv, ou seja, no dia seguinte à Santa Convocação (shabat) da celebração de Pessach (15 de Aviv).

O omer de cevada era movido em nosso favor, ou seja, para que nós fossemos aceitos.

Da mesma forma que Yeshua em 14 de Aviv foi nosso korban, nosso sacrificio de Pessach, Ele também foi nosso Omer Reshit (feixe das primicias da cevada), entregue e movido em nosso favor, para que sejamos aceitos:

1 Corintios 15.20

Mas, agora é o Messias ressuscitado dos mortos, tornando-se as primícias dos que dormem.

Nós também seremos ressucitados como a colheita de Deus, mas Yeshua foi o reshit, o cabeça (rosh), as primícias da cevada nas mãos do Pai.

ספירת העומר – Sfirat haOmer

O termo sfirat haomer (contagem do omer) é usado para se referir á contagem dos dias entre Pessach e Shavuot (Semanas ou Pentecoste):

Levitico 23.15-16

E para vós contareis desde o dia seguinte do shabat, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete shabats serão completos. Até ao dia seguinte ao sétimo shabat, contareis cinquenta dias; e oferecereis uma nova oferta de alimentos a Adonai.

Existe entre Pessach e Shavuot, um período de contagem, ou seja, uma expectativa para algo que acontecerá. Deus está nos chamando para ansiar com expectativa por uma nova colheita. Sabemos que na época de Shavuot é realizada a colheita do trigo:

Exodo 34.22

E guardarás a festa das semanas (Shavuot), das primícias da ceifa do trigo, e a festa da colheita no fim do ano (Sucot).

Expectativa pelo Encontro

Além da expectativa pela colheita física, havia uma expectativa da parte de Deus que foi relatada a Moshe na sarça ardente:

Exodo 3.12

E ele disse: Certamente estarei contigo, e este será um sinal para ti, de que te enviei: Quando tiveres tirado o povo do Egito, vós servireis a Deus sobre este monte (Chorev ou Sinai).

Exodo 5.1

E depois foram Moshe e Aharon e disseram a Faraó: Assim diz Adonai Deus de Israel: Deixa meu povo ir, para que me celebre uma festa no deserto.

O nosso Deus estava aguardando por um novo moed, um novo tempo escolhido, agendado por Ele para se encontrar conosco!

No estudo sobre Shavuot falaremos mais a fundo sobre isso.

Yeshua, após ressucitar, durante o período de sfirat haomer, apareceu para seus discípulos com seu corpo glorificado, por 40 dias! Antes de subir para o Pai, Ele também revelou expectativa a seus discipulos:

Lucas 24.49

E eis que, eu envio sobre vós a promessa de meu Pai; mas ficai na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

Eles deveriam continuar contando os dias, permanecendo em Jerusalem, pois algo aconteceria: eles seriam revestidos de poder do alto!

Atos 1. 3 -5

aos quais Ele também se apresentou vivo após sua paixão, por meio de muitas provas infalíveis, tendo sido visto por eles durante quarenta dias, e falando das coisas relacionadas ao reino de Deus. E, tendo-se reunido com eles, ordenou-lhes que não partissem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes. Porque Yochanan verdadeiramente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias.

Este período de contagem dos dias até Shavuot, deve gerar em nós uma expectativa, assim como ela é gerada no coração do próprio Pai, por um encontro, por uma festa, por um revestimento, por uma colheita!

Sabemos também que, eventos sionistas, relacionados a terra de Israel, aconteceram nesta época de contagem do omer. Os mais importantes são Yom hAtzmaut e Yom Yerushalaim – dia da Independencia do Estado de Israel e dia de Jerusalem que neste ano cairão em  01/05 e 26/05 respectivamente).

Estes eventos representam profecias biblicas se cumprindo, são verdadeiros milagres!

Se Deus quiser, falaremos sobre estas datas, mais a frente.

Estejamos esperando por milagres nestes dias de contagem do omer!

No sublime amor de Yeshua haMashiach.

Yoshua e Shoshana – Mevasseret Israel