Mevasseret Israel

CHANUKA PARTE 2 “A Vitória, O Engano e a Luz da Menorá”

Multi cumprimento das Profecias biblicas

Sabemos que muitas das profecias bíblicas podem apresentar mais de um cumprimento. Algumas das visões de Daniel se referiam a governos contemporâneos ao profeta, mas também a reinos que ainda se levantarão nos últimos dias.

Vamos ler um pouco sobre eventos que antecederam a história de Chanukah para entendermos uma das visões do profeta Daniel.

Panorama Histórico

Alexandre III da Macedônia, conhecido como Alexandre, o Grande ou Alexandre Magno foi rei do reino grego antigo da Macedônia. Nascido em 356 a.C., o jovem príncipe sucedeu a seu pai, o rei Filipe II, no trono com vinte anos de idade. Ele passou a maior parte de seus anos no poder em uma série de campanhas militares sem precedentes através da Ásia e nordeste da África. Até os trinta anos havia criado um dos maiores impérios do mundo antigo, que se estendia da Grécia para o Egito e ao noroeste da Índia. Morreu aos 32 anos e é considerado um dos comandantes militares mais bem-sucedidos da história. Alexandre conquistou todas as terras que antes faziam parte do império medo-persa que existiu do século VI ao IV a.c.

Após sua morte, dentre os sucessores de Alexandre, houveram 4 generais mais notáveis que dividiram seu império: Ptolomeu, Antígono, Cassandro e Selêuco.

Selêuco fundou o império Seleucida e seu quarto sucessor foi Antíoco IV, ou Antíoco Epifanes, o anti-messias da história de Chanukah.

O império Selêucida de Antíoco Epifanes abrangia grande parte da Ásia incluindo a Judéia em Israel.

Interpretando a profecia

Daniel 8.5-12

“E, estando eu considerando, eis que um bode (Império Grego) vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre insigne entre os olhos (Alexandre, O Grande). E dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres (império medo-persa), ao qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele no ímpeto da sua força. E vi-o chegar perto do carneiro, enfurecido contra ele, e ferindo-o quebrou-lhe os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão. E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas, estando na sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado (morte prematura de Alexandre, o grande); e no seu lugar subiram outros quatro (quatro generais que dividiram o seu império) também insignes, para os quatro ventos do céu. E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa (Israel). E se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra, e os pisou. E se engrandeceu até contra o príncipe do exército; e por ele foi tirado o sacrifício contínuo (Antíoco Epífanes), e o lugar do seu santuário foi lançado por terra. E um exército foi dado contra o sacrifício contínuo, por causa da transgressão; e lançou a verdade por terra, e o fez, e prosperou” 

Daniel viveu entre os séculos 7 e 6 a.c e profetizou sobre eventos contemporâneos a ele, sobre governos e impérios do século VI ao II a.c. Por outro lado vemos que segundo a carta de Paulo aos Tessalonicences, eventos muito parecidos aos da época de Chanukah ainda se cumprirão nos últimos dias, antes do Dia do Senhor, do retorno do nosso Rei e Salvador Yeshua.

2 Tessalonicenses 2.3-4 (Carta escrita por Paulo no século 1.d.c)

Ninguém vos engane de maneira alguma, pois aquele dia não virá sem que primeiro venha a apostasia e que o homem do pecado seja revelado, o filho da perdição. O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de modo que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.

A Vitória dos Macabeus através de Yehuda

O segundo líder da revolta judaica contra o império greco-selêucida foi o terceiro filho de Matatias de Modiin, Yehuda ou Judas Macabeu.

O nome macabi (macabeu em hebraico) é muito usado na cultura israelense, como forma de honrar estes heróis. Macabi é usado para nomear empresas como seguradoras de saúde, times de esporte, e também as macabíadas – torneio esportivo (olimpíadas = Olimpo, Grécia x macabi – filhos de Sião).

Tambem sendo um sacerdote judeu , Yehuda assumiu o comando da resistência judaica às forças gregas após a morte de seu pai Matitiahu. Após derrotar o governador grego de Samaria, isso o levou a vitórias ainda mais impressionantes sobre os maiores exércitos gregos em Bet-Horon e Emaús. Depois disso, Judá capturou o Monte Sião, purificou o templo da parafernália do culto helenístico , reconstruiu o santuário de acordo com as prescrições da Torá e o reconsagrou à adoração ao Senhor.

A Purificação e Dedicação do Templo

2 Macabeus 10.1-8

“Sob a proteção do Senhor, Macabeu e seus companheiros retomaram o templo e a cidade. Destruíram os altares que os estrangeiros haviam edificado na praça pública, como também os troncos sagrados. Após terem purificado o templo, erigiram outro altar para os holocaustos. Utilizaram uma pedra para tirar faíscas das quais eles se serviram para oferecer os sacrifícios, após dois anos de interrupção. Queimaram o incenso, reacenderam as lâmpadas e recolocaram os pães da proposição. Feitas essas coisas, prostraram-se por terra e suplicaram ao Senhor que não mais os entregasse a semelhantes calamidades; mas, se recaíssem nas ofensas, que corrigisse com brandura, sem entregá-los às mãos das nações ímpias e bárbaras. Foi no dia do aniversário da profanação do templo pelos estrangeiros, isto é, no dia vinte e cinco do mês de Kislev, que eles o purificaram. Prolongaram as cerimônias e os festejos por oito dias, como na ocasião da festa dos Tabernáculos, recordando-se de que, pouco antes, na ocasião dessa festa, habitavam nas montanhas e nas cavernas como animais selvagens. Foi assim que, levando ramalhetes, ramos verdejantes e palmas, cantavam hinos àquele que lhes havia concedido a dita de purificar o seu templo. Decretaram por um edito público a toda a nação judia, que esses mesmos dias fossem solenizados em cada ano.”

Em Números 9 lemos sobre o Pessach Sheni (Segunda Páscoa) na qual os sacerdotes não estavam puros, não estavam prontos para celebrar a Páscoa em 14 de Aviv e Deus os comandou a celebrar a Festa no mês seguinte. Da mesma forma, os macabeus na época da Festa de Sucot (Tabernáculos) não puderam celebrar pois estavam escondidos em cavernas pela perseguição dos exércitos gregos. Assim, quando reconquistaram a Sião, purificando e rededicando o Templo a Adonai, celebraram por oito dias, conforme ordenado pelo Senhor em relação à Festa de Sucot.

Memoriais Proféticos

Nesta passagem de Macabeus, vemos um decreto sendo escrito, para que nosso povo relembre do que aconteceu naquela época, celebrando Chanuká a cada ano.

Lembremos que as Festas do Senhor são “Memoriais Proféticos”, datas e eventos a serem relembrados, mas também uma forma de profetizar acontecimentos futuros, assim como Paulo declarou, que ainda haverá um outro anti-messias que se assentará no Templo, tentando se parecer com Yeshua. Ao celebrarmos as Festas do Senhor, estamos aprendendo com a história e com o exemplo de nossos irmãos do passado e nos preparando para os dias que estão por vir.

Milagre do Óleo?

Há uma história conhecida por muitos de que na purificação do templo, foi encontrado azeite para acender a menorah por apenas um dia, mas o azeite santo multiplicou-se para uso por 8 dias.

Esta história não é encontrada nem nos primeiros livros de Macabeus, escritos no século I a.c e nem nos escritos de Flavio Josephus no século I d.c. Ela aparece apenas nos ensinos rabínicos do Talmud escrito por volta do século VI d.c.

A verdade é que muitos sacerdotes da época de Chanuká se corromperam, se vendendo ao governo de Antíoco. O milagre do óleo, teria sido “inventado” para tentar esconder a corrupção por parte dos sacerdotes.

Há um artigo do Jerusalém Post, escrito por um arqueólogo, que relata sobre esse assunto com mais detalhes:

https://www.jpost.com/opinion/op-ed-contributors/what-miracle-of-the-oil

Verdadeiro Milagre

Sabemos que em toda a história do nosso povo e nação de Israel, o verdadeiro milagre tem sido a vitória de um exército pequeno contra um exército enorme e poderoso, como na época de David e outros reis de Israel.

Ainda hoje, o tamanho do nosso país, tendo ao redor de nós tantas nações árabes grandes e poderosas que se voltam contra nós, apenas a nossa existência é um milagre. Se não fora o Senhor, ó Israel! Há poucos meses atrás, o Irã lançou 200 mísseis balísticos numa só noite e nenhum israelense foi morto!

Chanukiah ou Menorah?

Durante a Festa de Chanuka, tradicionalmente, usa-se um candelabro de 9 hastes. A vela colocada na haste central, serve para acender as outras 8 velas. Na primeira noite a vela central acende mais uma vela, na segunda noite, ela acende 2 velas, e assim sucessivamente, até que todo o candelabro esteja aceso, relembrando a história do azeite do templo que durou oito dias.

Padrão celestial

A questão a se pensar é: qual foi o candelabro aceso pelos macabeus quando rededicaram o templo? A  menorá,  o candelabro de 7 hastes! Existe uma menorá no céu e foi mostrada a Moisés para que fosse copiada, reproduzida e mantida acesa no templo diariamente.

Vamos ler passagens biblicas importantes sobre a menorá:

Exodo 25.31a-32,40

E farás um candelabro de ouro puro; de trabalho batido será feito o candelabro. E seis hastes sairão de seus lados; três hastes do candelabro de um lado, e três hastes do candelabro do outro lado.

E observa para que os faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte.

Zacarias 4.1-3, 9-10  (visão do profeta no século 6 a.c – retorno, fim do exílio na Babilônia)

E o anjo que falava comigo veio novamente, e despertou-me, como a um homem que é despertado do seu sono, e disse-me: O que vês? E eu disse: Eu olhei, e eis que vejo um castiçal todo de ouro, com um vaso no seu topo, e com sete lâmpadas sobre ele, e sete canudos para as sete lâmpadas que estão no seu topo.E duas oliveiras junto a ele, uma do lado direito do vaso, e a outra do lado esquerdo.

As mãos de Zorobabel estabeleceram a fundação desta casa; as suas mãos também a finalizarão; para que saibais que o SENHOR dos Exércitos enviou-me a vós. Pois quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois eles se alegrarão, e verão o prumo na mão de Zorobabel com aqueles sete; eles são os olhos do SENHOR, que percorrem a terra de um canto para outro.

Conforme a visão do profeta, a menorá foi o símbolo usado por Deus para falar sobre a reconstrução (dedicação – chanuká) do Templo após o exílio babilônico. O candelabro descrito é o de 7 hastes conforme revelado a Moisés no monte Sinai.

Segundo a interpretação dada por Deus a Zacarias, as sete lâmpadas representam os olhos de Deus que percorrem a Terra.

Apocalipse 4.5

E do trono saíam relâmpagos e trovões e vozes; e havia sete lâmpadas de fogo queimando diante do trono, que são os sete Espíritos de Deus.

Mais uma vez vemos a menorá como um símbolo biblico celestial que aqui em Apocalipse é descrito como a representação dos 7 espíritos de Deus.

Unção de Governo

Isaias 11.1-2

E sairá um ramo do tronco de Jessé, e um Renovo se brotará das raízes dele.E o Espírito do ­SENHOR repousará sobre ele. O espírito de sabedoria e entendimento, o espírito de conselho e poder, o espírito de conhecimento e de temor do ­SENHOR;

Poderíamos tomar o Espírito de Deus como sendo a haste central da menorá, e as suas “manifestações” (sabedoria, entendimento…) como sendo os braços laterais, lembrando que a menorá nos remete a uma árvore, com um tronco e seus galhos.

A menorá é um símbolo unção de governo. Na visão de Zacarias, Deus mostrava que Zorobabel era o ungido, tinha autoridade para liderar a reconstrução do Templo. A passagem de Isaías que lemos acima e continuando nos versos seguintes (3 e 4) se refere ao governo de Yeshua na Terra.

Em uma das  visões de João, vemos que Yeshua se encontra no meio da menorá:

Apocalipse 1.12,13

E voltei-me para ver a voz que falava comigo. E, voltando-me, eu vi sete candelabros de ouro; e no meio dos sete candelabros, alguém semelhante ao Filho do homem, vestido com uma roupa comprida até aos pés, e cingido com um cinto de ouro no seu peito.

Existe uma menorá localizada na frente do Parlamento Israelense. A menorá também é o simbolo do brasão de Israel. Em nosso entendimento, ela é o símbolo que mais representa nosso povo e nação, e não a “estrela de David ou magen – escudo de David”.

Luz e trevas

Durante a Festa de Chanuká ensinamos nossos filhos sobre as trevas que vieram contra nosso povo através da cultura grega pagã. Falamos e cantamos músicas sobre a importância de carregar a luz de Yeshua em nós para sermos Guerreiros Sionistas Bíblicos como os Macabeus.

Lucas 11.33-36

Nenhum homem, tendo acendido uma candeia, a põe em lugar oculto, nem debaixo do alqueire, mas no castiçal, para que os que entram possam ver a luz. A luz do corpo é o olho. Se, pois, o teu olho for bom, também todo o teu corpo será cheio de luz; mas, se o teu olho for mau, também o teu corpo será cheio de trevas. Toma cuidado, portanto, para que a luz que está em ti não seja trevas. Se, pois, todo o teu corpo for cheio de luz, não tendo parte nas trevas, todo ele será cheio de luz, como quando a candeia te ilumina com a sua luz.

Chanuká Sameach!

Em nome de Yeshua. Amen

Yoshua e Shoshana – Mevasseret Israel

Alertas de Oração e Artigos